Ex-detentas e círculos viciosos
vulnerabilidades, reincidências e novos delitos
DOI:
https://doi.org/10.56069/2676-0428.2025.669Palavras-chave:
Crime, Gênero, Políticas Públicas, Reinserção Social.Resumo
A vulnerabilidade de mulheres egressas do sistema prisional em Joinville e Itajaí (SC) à reincidência delitiva está intrinsecamente ligada à fragilidade dos programas sociais brasileiros de ressocialização, que, em vez de promoverem reintegração efetiva, muitas vezes perpetuam ciclos de exclusão. Este estudo, de natureza bibliográfica e descritiva, buscou analisar como a ineficiência estrutural desses programas — marcada pela descontinuidade de políticas públicas, atendimento psicossocial precário e falta de abordagens interseccionais (gênero, classe e raça) — contribui para a reincidência criminal entre mulheres ex-detentas. A pesquisa partiu do problema "Como os programas sociais influenciam a vulnerabilidade dessas mulheres, mitigando ou agravando a reincidência?", defendendo a hipótese de que sua ineficácia amplifica riscos sociais. Foram aplicados questionários com perguntas fechadas a ex-detentas, e os dados, analisados quantitativamente, revelaram que boa parte não teve acesso à capacitação profissional após a prisão, outra parcela significativa enfrentou discriminação no mercado de trabalho e uma massiva parcela relatou ausência de acompanhamento psicológico pós-saída. Esses resultados evidenciam que a falta de suporte institucional consolida trajetórias de marginalização, reforçando a necessidade de políticas intersetoriais que integrem assistência social, saúde mental e educação.
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