Problematização no ensino de Química na perspectiva histórico-crítica

fundamentos teóricos, apropriações e implicações didáticas

Resumo

A problematização, compreendida no interior da Pedagogia Histórico-Crítica, constitui-se como mediação didática que tensiona a prática social imediata e orienta a apropriação de conceitos científicos no ensino de Química, superando abordagens centradas na memorização ou na contextualização superficial. No contexto da educação básica, observa-se que conteúdos estruturantes da área, como estequiometria, ácidos e bases e processos tecnológicos, frequentemente são apresentados de modo fragmentado, o que compromete a compreensão de seus nexos históricos e sociais. Diante desse cenário, o objetivo geral do artigo consiste em analisar como a problematização vem sendo concebida e operacionalizada no ensino de Química a partir da produção acadêmica vinculada à Pedagogia Histórico-Crítica. A justificativa ancora-se na necessidade de esclarecer fundamentos teóricos, limites e possibilidades dessa abordagem, evitando sua redução a estratégias motivacionais descoladas do método materialista histórico-dialético. A pergunta de pesquisa que orienta o estudo indaga: de que modo a problematização, na perspectiva histórico-crítica, tem contribuído para a formação conceitual em Química e quais princípios sustentam sua aplicação pedagógica? Metodologicamente, desenvolve-se uma pesquisa qualitativa, de natureza bibliográfica, por meio de revisão narrativa de livros, artigos e trabalhos acadêmicos da área de Educação em Ciências. Os resultados indicam que a problematização adquire sentido quando articulada à prática social inicial, à instrumentalização conceitual e à síntese teórica, favorecendo a passagem do imediato ao mediado. Conclui-se que a problematização histórico-crítica, quando integrada ao planejamento docente e à seleção dos conteúdos, potencializa o ensino de Química como instrumento de compreensão crítica e transformação da realidade.