A INTERNACIONALIZAÇÃO DO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR À EDUCAÇÃO BÁSICA

UMA REFLEXÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O TEMA

Autores

  • Homero Alberto Gomes da Silva
  • Amanda Ribeiro Vieira

DOI:

https://doi.org/10.29327/232022.1.7-10

Palavras-chave:

Currículo, Internacionalização, Educação Superior, Educação Básica

Resumo

Este trabalho resulta de pesquisa em desenvolvimento no programa de Mestrado em Educação Profissional Tecnológica no Instituto Federal de São Paulo – campus Sertãozinho que tem por objetivos analisar as estratégias de internacionalização do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de São Paulo. Como recorte para este artigo, pretende-se fazer uma análise das influências e os movimentos da Internacionalização do Currículo da Educação Superior e suas influências sobre o Currículo da Educação Básica. No texto, apresento e exploro, com base em pesquisas já realizadas, um conjunto de aspectos conceituais e outros elementos de contextualização da internacionalização do Currículo da Educação Superior com o propósito de entender como este movimento influenciam a internacionalização do Currículo da Educação Básica. Como se sabe, o discurso da educação global é propagado pelas agências de desenvolvimento transnacionais como Unesco, Banco Mundial e OCDE que visa fortalecer os projetos da Agenda Estruturada para a Educação Global. Trabalha-se com os procedimentos metodológicos usualmente utilizados em investigação do tipo descritivo-exploratórias, com base em textos de artigos publicados, livros, dissertações e teses que exploram este tema de forma direta e indiretamente. No artigo, apresenta-se, incialmente, algumas definições conceituais no que tange a Internacionalização do Currículo. Numa segunda parte, situa-se os contextos nos quais se insere a educação internacional superior e seus movimentos em relação à internacionalização do Currículo da Educação Básica.

Biografia do Autor

Homero Alberto Gomes da Silva

Bacharel em direito, licenciado em letras e Pedagogia, mestrando pelo IFSP.

Amanda Ribeiro Vieira

Bacharel, mestre e doutora em Administração pela USP. Professora do Instituto Federal de São Paulo, Campus Sorocaba.

Referências

AGUIAR, A.M.S. O recurso às escolas internacionais como estratégia educativa de famílias socialmente favorecidas. 2007. Doutorado em Edu-cação. Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.

AMORIM, M.A. Educação dos Brasileiros e estrangeiros: breve histórico da internacionalização dos estudos no Brasil. Brasilana Journal for Brazilian Studi-es, London, v.1, n.1, p. 44-65. Set; 2012.

ALTBACH, P. G.; KNIGHT, J. The Internationalization of Higher Education: motivations and realities. Journal of Studies in International Education, v. 11. n. 3/4, p. 290-305, 2007.

ALTBACH, P. Why higher education is not a global commodity. The Chro-nicle of Higher Education. USA, v. 47, may 2001.

ALTBACH, P. Globalization and the university:R. Realities in na unequal world. J.J.F. Forest and P.G. Altbach (eds), Internatonal Handbook of Higher Education, vol. 1. Dordrecht, The Netherlands, Springer, 121-140. 2006.

ALTBACH, P. Education and neocolonialism. Teachers College Record, v. 72, n. 4, p. 1997.

APPLE, M. Ideologia e currículo. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

BANCO MUNDIAL. Estratégias 2020 para a educação do grupo Banco Mundial: resumo executivo. Aprendizagem para todos: investir nos conheci-mentos e competências das pessoas para promover o desenvolvimento. Wa-shington, DC: Banco Mundial 2011.

BANCO MUNDIAL. Prioridades y estrategias para lá educación: examen del Banco Mundial. Washington, DC: Banco Mundial, 1996.

BEECH, J. Redefining educational transfer: International agencies and the (re)production of educational ideas. In: SPROGOE, J.; WINTHER-JENSEN, T. (Eds.). Identity, education and citizenship: multiple interrelations. Frankfurt am Main: Peter Lang, 2006b.

BEECH, J. The theme of educational transfer in comparative education: a view over time. Research in Comparative and International Education, v. 1, n. 1, p. 2-13, 2006a.

BEECH, J. Quem está passeando pelo jardim global? Agências Educacio-nais e transferência educacional. IN: : Educação comparada: panorama inter-nacional e perspectivas; volume um / organizado por Robert Cowen, Andreas M. Kazamias e Elaine Ulterhalter. – Brasília: UNESCO, CAPES, 2012, p.413-433.

BEELEN, J.; JONES, E. Redefining internationalization at home. In: The European Higher Education Area: between Critical Reflections and Future Poli-cies. Springer Opeen Cham: Springer, 2015.

BRASIL. Projeto Pedagógica da Universidade Federal do ABC. Disponível em: Acesso em: 18/07/2020.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. O Pisa e o IDEB, Brasília. DF. Inep, 2016. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/pisa acesso em 30 de agosto de 2020.

COWEN, R. Schools and selected aspects of culture from the perspective of comparative education: neither a borrower nor a lender be. In: THOMAS, E. (Ed.). International perspectives on culture and schooling: a symposium proceedings. London: Department of International and Comparative Education, Institute of Education, University of London, 1994.

COWEN,R; KAZAMIAS, A. Criação e recriação de um campo de estudos. IN: Educação comparada: panorama internacional e perspectivas; volume um / organizado por Robert Cowen, Andreas M. Kazamias e Elaine Ulterhalter. – Brasília: UNESCO, CAPES, 2012, p.13-22.

DALE.R. Globalização e Educação: demostrando a existência de uma “ Cul-tura Educacional Mundial Comum” ou localizando uma “ Agenda Globalmente Estruturada para a Educação. Campinas: Educ. Soc, vol.25, n. 87, p. 423-460, 2004.

DIAS SOBRINHO, J. O Processo de Bolonha. In: ALMEIDA, M. L. P. de; PEREIRA, E. M. de A.(org.). Universidade contemporânea: políticas do pro-cesso de Bolonha. Campinas: Mercado das Letras, 2009. p. 129-152.

DIAS SOBRINHO, J. Dilema da educação superior no mundo globalizado: sociedade do conhecimento ou economia do conhecimento. Casa do Psicólo-go, São Paulo, 2005.

DE WIT, H. Internationalization of Higher Education: Nine Misconceptions. International Higher Education, n. 64, Summer, 2011. p. 6-7.

DE WIT, H. Reconsidering the Concept of Internationalization. In: Autoria. International Higher Education. Boston. December, 2013.

FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológi-cas do conhecimento escolar. Tradução: Guacira Lopes Louro. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

GIROUX, Henry. Os professores como intelectuais – Rumo a uma pedago-gia crítica da Aprendizagem. Trad.: Daniel Bueno. Porto Alegre: Artes Médi-cas, 1997.

GIROUX, Henry. Escola crítica e política cultural. 3. ed. Trad. Dagmar Zi-bas. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1992. Coleção Polêmicas do nos-so tempo.

GOODSON, I. O Currículo: teoria e história, Petrópoles: Vozes, 1995.

KNIGHT, J. Higher education in turmoil: the changing world of internationali-zation. Rotterdam: Sense Publishers, 2008.

KNIGHT, J. Internationalization remodeled: definition, approaches and ratio-nales. Journal of Studies in International Education, Toronto, v. 8, n. 1. p. 5-31, Mar. 2004. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi. Acesso em: 22 maio 2019.

KNIGHT, J. Student mobility and internationalization: trends and tribula-tions. Research in Comparative and International Education, v. 7, 1, p. 20-33, 2012. Disponívelem: https://journals.sagepub.com/doi/. Acessoem: 19 maio 2019.

KNIGHT, J. International Education Hubs: Students, talent, knowledgme-inovation models. Springer Netherlands, 2014.-221, 2009.

KNIGHT, J. The Internationalization of Higher Education: complexities and realities. In: TERREFA, Damtew; KNIGHT, Jane. Higher education in Africa: the international dimension. Massachussetts, USA: Boston College, 2008.

LEASK.B. Internationalizing the curriculum. New York: Routledge, 2015.

LEASK.B. Using formal and informal curriculum to improve interections between home and international students. JournalofStudies in Internationa-lEducation: v.13, n.2.p.205-221, 2009.

NOGUEIRA, M.A; AGUIAR, A.M.S; RAMOS, V.C.C. Fronteiras desafiadas: a internacionalização das experiências escolares. Educação e Sociedade, Cam-pinas, v. 29, n. 103, p.335-376, maio/ago. 2008.

ONU. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. * Adotada pela Resolução n.2.200-A (XXI) da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1966 e ratificada pelo Brasil em 24 de janeiro de 1992. Disponível em: https://www.oas.org/dil/port/1966%20. Acesso em 02/07/2020.

ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔ-MICO. AdvancingNationalStrategies for Financial Education, a joint publica-tionbyRussia’sG20Presidencyandthe OECD. It is circulated for information to G20 Leaders at their Summit meeting in St-Petersburg on 5-6 September 2005.

OCDE. Inspirados pela tecnologia, norteados pela pedagogia, uma abor-dagem sistêmica das inovações educacionais de base tecnológica. {S.I}: Cen-tro de Pesquisa Educacionais e Inovação, 2010. Disponível em: https://www.oecd.org/education.pdf acesso em 07 de setembro de 2020.

PAPADOPOULOS, G. Education 1960-1990: the OECD perspective. Paris: OECD, 1994.

PEREIRA, E. M. A. (Org.); ALMEIDA, Maria de Lourdes Pinto de (Org.). Re-forma universitária e a construção do espaço europeu de educação supe-rior: análise de uma década do Processo de Bolonha. Campinas: Mercado de Letras, 2011

SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000

SERVILHA, G.B. A internacionalização do ensino básico, suas motiva-ções. 2014. Dissertação Mestrado – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

SILVA JR., J. dos R. Reforma do Estado e da educação no Brasil de FHC. São Paulo: Xamã, 2002.

SILVA, D. H. D. Cooperação internacional em ciência e tecnologia: opor-tunidades e riscos. Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, v. 50, n. 1, p. 5-28, jan. 2007.

SILVA, T. T. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currí-culo. – 3.ed. reimp – Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

TEICHLER, Ulrich. The changing debate on internationalization of higher education. HigherEducation, n.48, p 5-46, 2004.

THIESEN, J. S. A Internacionalização do Currículo. In: PACHECO, J. A.; PERALTA, D.A.; THIESEN, J.S.; SCALABRIN,R. (org.) Currículo como pauta contemporânea: formação, avaliação e internacionalização. Braga: Ed. In Line, 2018.

THISEN, J.S. Currículo da Educação Básica Brasileira: convergências com o discurso educacional global em contextos de internacionalização. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v.14, n.2, p.420-436. 2019.

THIESEN, J.S. Estratégias de Internacionalização da Educação e do Cur-rículo: das universidades aos territórios da Educação Básica. Arquivos Analíti-cos de Políticas Educativas, 27(59). http://dx.doi.org/10.14507/epaa.27.3622. (2018).

UNESCO. A Declaração de Nova Delhi sobre a Educação Para Todos. No-va Delhi – UNESCO, 1993. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/search/N-EXPLORE-3c936057-8cd2-4e27-bee0-3df05a57bf89 - Acesso em 19 de agosto de 2020.

UNESCO. O Marco da Ação de Dakar Educação Para todos: entendendo nosso compromisso coletivo. Dakar: Cúpula Mundial de Educação: 2020.

UNICEF. Brasil. Declaração Mundial sobre Educação Para Todos: Confe-rência de Jomitien: Unicef, 1990. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-mundial-sobre-educacao-para-todos-conferencia-de-jomtien-1990 acesso em 20 de agosto de 2020.

UNIÃO EUROPEIA. O Processo de Bolonha e o Espaço Europeu de Edu-cação. Disponível em: https://ec.europa.eu/education/policies/higher-education/bologna-process-and-european-higher-education-area_pt. Acesso em: 14/7.2020.

WORLD BANK. Priorities and strategies for education: a World Bank sector review. Washington, DC: World Bank, 1995.

WIELEWICK. H.G; OLIVEIRA, M.R. Internacionalização da Educação Supe-rior: Processo de Bolonha. Ensaio, Rio de Janeiro, v. 18, n. 67.p. 215-234, abr./jun.2010.

Downloads

Publicado

2021-08-25

Como Citar

SILVA, H. A. G. da; VIEIRA, A. R. A INTERNACIONALIZAÇÃO DO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR À EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA REFLEXÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O TEMA. Revista Científica FESA, [S. l.], v. 1, n. 7, p. 122–139, 2021. DOI: 10.29327/232022.1.7-10. Disponível em: https://revistafesa.com/index.php/fesa/article/view/79. Acesso em: 28 mar. 2024.