Educação do Campo no Brasil
Políticas Públicas, Princípios Pedagógicos e a Integração com a Agroecologia, Revisão de Literatura
DOI:
https://doi.org/10.56069/2676-0428.2025.695Palavras-chave:
Educação do Campo, Políticas públicas, Agroecologia, Saberes Locais.Resumo
O presente artigo aborda a educação do campo como uma modalidade educacional voltada para atender às especificidades das populações rurais, articulando políticas públicas, princípios pedagógicos e a relação com a agroecologia. Por meio de uma revisão bibliográfica de estudos publicados entre 2014 e 2024, o trabalho analisa os avanços e os desafios enfrentados na implementação dessa proposta educacional no Brasil. Políticas como o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e o Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) foram destacadas por seu impacto na inclusão educacional, embora enfrentem barreiras relacionadas à descontinuidade e à fragmentação. Além disso, os princípios pedagógicos da contextualização, interdisciplinaridade e valorização dos saberes locais são analisados como fundamentais para a construção de uma educação contextualizada e emancipadora, mas ainda apresentam dificuldades de aplicação prática devido à falta de formação docente adequada e recursos insuficientes. A agroecologia surge como um eixo integrador, fortalecendo a sustentabilidade e a soberania alimentar nas comunidades rurais. Conclui-se que a educação do campo, além de constituir um instrumento de transformação social e cultural, revela-se uma estratégia capaz de integrar a sustentabilidade ao currículo e de promover maior autonomia das comunidades rurais — contribuição ainda pouco explorada em análises anteriores. Sua efetividade, contudo, depende de maior articulação entre políticas públicas, formação docente e engajamento comunitário.
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