Avaliação da Eficiência de Blocos Vazados, Pneus Obsoletos e Capim Vetiver como Soluções Integradas de Controle de Erosão em Encostas da Ponte-Cais de Morrumbene, Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.56069/2676-0428.2025.720Palavras-chave:
bioengenharia de baixo custo, capim vetiver, erosão pluvial, pneus obsoletos, controlo de qualidadeResumo
A erosão hídrica em encostas urbanas representa um desafio crescente para a sustentabilidade ambiental e a segurança de infraestruturas em diversas regiões de Moçambique. Na vila de Morrumbene, província de Inhambane, a degradação acelerada de taludes próximos à ponte-cais tem gerado impactos significativos, especialmente durante o período chuvoso. O objectivo deste estudo foi avaliar a eficácia integrada de uma solução híbrida e de baixo custo para a contenção da erosão pluvial em uma encosta crítica perto da ponte-cais de Morrumbene. O referencial teórico validou a sinergia entre o reforço estrutural de materiais reutilizáveis (pneus e blocos vazados) e o reforço do solo e dissipação de energia proporcionados pelo sistema radicular do Capim Vetiver (Chrysopogon zizanioides). A metodologia adotada foi qualitativa e retrospectiva, baseada em um estudo de caso e num rigoroso controlo de qualidade pós-intervenção, focado na observação sistemática e no cálculo de indicadores de desempenho. Os resultados demonstraram um sucesso técnico excecional: o Índice de Estabilidade Estrutural (IEE) alcançou 99.31% (acima do critério de aceitação de 90%), e a Taxa de Sucesso de Estabelecimento Biológico (TSEB) do Capim Vetiver foi de 98.96%. A discussão confirmou que o sucesso estrutural imediato (IEE) criou a plataforma estável necessária para a multiplicação do vetiver, validando a complementaridade híbrida da solução e demonstrando que as poucas falhas localizadas são passíveis de correção biológica. A conclusão é que o modelo de intervenção de Morrumbene é altamente eficaz, transformando resíduos em infraestrutura resiliente. Recomenda-se a padronização e replicação desta tecnologia de bioengenharia de baixo custo, bem como a adopção do IEE como métrica de controlo de qualidade em futuros projetos em Moçambique.
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